Quem me segue no Instagram viu que ontem participei da coletiva de imprensa na pré estreia do filme “A Estrada 47”, de Vicente Ferraz, e da inauguração da exposição em homenagem aos 70 anos do final da 2ª Guerra Mundial, no Boulevard Shopping. Comparecer a esse evento foi gratificante! Além de participar pela primeira vez como crítica cultural (YEY, a pós tá acabando \o/) de uma coletiva com o diretor, produtora e elenco do filme, foi emocionante escutar os pracinhas que estavam na guerra contar suas histórias.
Um evento que celebra duas estreias que homenageiam os herois brasileiros da década de 40. Não, eles não venceram a guerra sozinhos. Para alguns, 25.000 brasileiros em campo de batalha pode parecer até pouco perto do caos que a Europa vivia naquela época. Mas 25.000 homens, jovens humildes e despreparados, abandonaram sua família e seu país, e foram de peito aberto lutar contra o nazismo e o facismo. E merecem todo nosso respeito e admiração!
Daniel de Oliveira, Thogun Teixeira, Andrea Panisset, Isabel Artavia, Vicente Ferraz, Francisco Gaspar, Cabo Moreira e Cabo Braz (os pracinhas), Marcos Renault e representantes do Exército Brasileiro.
Na coletiva, escutar o relato dos pracinhas que estavam presentes na guerra me emocionou. Me fez perceber quão distante estamos desse passado real e como precisamos amar e nos dedicar mais ao nosso Brasil, independente de opção partidária e opiniões políticas. O cabo João Batista Moreira, um senhor simpático que hoje ri do horror que enfrentaram, leu uma carta que enviou a seu pai que me fez chorar. Parafraseando o pracinha, deu pra ver que o exército brasileiro deve mesmo ser “o mió de todo o mundo”. Talvez não tenha a maior frota nem a melhor tecnologia, mas sem dúvidas é o mais humano.
Ele conta que lá, além da difícil adaptação no inverno de -15°C, -20°C, ainda dividiam a ração com o povo desolado, os enfermeiros estendiam seus cuidados para os feridos e que em nenhum momento pensaram no dinheiro. Na carta enviada ao seu pai ele diz que ele poderia morrer, e seu pai perder um filho, mas que se isso acontecesse, era para seu pai enviar mais um de seus filhos, pois eles iam ganhar a guerra e evitar que os nazistas pisassem em solo brasileiro e destruíssem nossa nação.
Com Francisco Gaspar, Vicente Ferraz, Thogun Teixeira, Daniel de Oliveira e a blogger Loren Santos
E é a fim de contar a história desses caras que Vicente Ferraz dirigiu o filme “A Estrada 47”, uma co-produção entre Brasil, Itália e Portugal, que já conquistou grandes prêmios em festivais. No elenco, estão os brasileiros Daniel de Oliveira, Julio Andrade, Thogun Teixeira, Francisco Gaspar, o italiano Sergio Rubini, o alemão Richard Sammel e o português Ivo Canelas. Ainda vou falar do longa em um outro post, mas recomendo a todos que assistam. Além de prestigiar o cinema brasileiro (pelo que sei aqui em BH ele está em cartaz apenas em uma sala do Boulevard Shopping), conhecer mais dessa história e dessas pessoas vale a pena. Mais do que a guerra em si, é uma obra que fala sobre o povo brasileiro, em uma história de heroísmo e superação.
E quem for ao Boulevard, tem que aproveitar para conferir a exposição que fica aberta ao público até o dia 24 de maio. Reunindo um dos maiores acervos do país, em parceria com o Museu da Força Expedicionária Brasileira e com algumas contribuições de colecionadores, a mostra conta com dez carros militares, fotos, armas, uniformes, objetos de uso pessoal dos soldados, documentos do período da Segunda Guerra e publicações.
Para fechar, deixo aqui meu agradecimento à Érika, da Doizum Comunicação. Obrigada pelo convite, foi realmente um momento especial 🙂